quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A morte nasce da vida

Para que serve a morte? Muitos do meu tempo já se foram antes de mim, muitos irão depois. A maioria de voluntária vivência insignificante, embora toda vida seja um milagre da natureza.

Viver a vida dos outros é medíocre, viver sob a vontade dos outros é indigno, viver se escravizando à vida é delírio, viver pra juntar ouro é patético, viver ignorando a fugacidade da vida é loucura.

A vida é água que escapa da mão por entre os dedos, raio de sol que reluz um pouco na janela, é a nuvem branca que se dissipa ao vento da primavera, é um sopro que sai de uma mulher e não volta mais, e sai bafejando sopros enquanto se esvai. A vida é só algo que pode ser abraçado em cada pessoa que amamos.

A vida humana tem início, como não teria fim? É só o começo, manifestações e esgotamento de um fenômeno individualmente insignificante para o universo.

A vida só é vida porque existe a morte, senão seria castigo. Os homens não suportariam a si mesmos por uma eternidade. A vida é bela porque a morte é feia, é ela a extinção do sopro vital. Como corrente da alma suprime a vontade, os movimentos, a alegria e a raiva, o riso e a mágoa...

Isso é o que penso da vida.


Alberto Magalhães

Imagem: autoria não identificada/fonte: internet

2 comentários:

  1. Mas se a vida só é vida porque existe a morte (e talvez vice -versa)então tranbordaríamos de vida, visto que a morte é presente em nosso cotidiano (tanto presencialmente quanto pela mídia, literatura, etc). Acho que nunca presenciaremos a morte (enquanto vivos) de modo completo, porque ela é catarse mesmo que transitória para nossa concepção de existência.
    Abs.


    PS Alberto, na sua lista de blogs há o texto "O PCO, a Polícia Militar e eo Sinpol constando como hospedados no "Tempo de palavras", você percebeu? Quando clicado o administrador Blogger mostra 'página não encontrada'

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  2. A vida é um sopro fazendo o corpo se movimentar por algum tempo.

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