segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A superioridade do amor

A vida, esse fardo que temos que levar sem que o tenhamos encomendado. Uma enigmática dádiva e um difícil caminho é esse sopro que se chama vida. Para onde nos levará? Para a evolução ou para o caos? Devemos ser mais que um instrumento de realização pessoal, contribuindo para a interação interpessoal e a evolução social. A humanidade reside em todos nós. A vida nos fez ser alguém, façamos dela algo significativo para o mundo. Não somos fungo ou bactéria para deteriorarmos o ambiente em que vivemos.

Às vezes somos tão previsíveis na mesquinharia dos sentimentos, nos gostos, nas vontades, nas opiniões, na idolatria (das coisas e pessoas banais), nas caras e bocas. No entanto tantos de nós nos achamos tão especiais. Sem imaginarmos o tanto que somos parecidos. Sucumbimos ante o apelo de tribos e grupos seletos fazendo-nos em “sociedade perfeita”. Fazemos da acepção de pessoas um selo de qualidade e superioridade abolindo a “natureza imperfeita” de outros, como Hitler na teoria da “supremacia da raça ariana” extirpando os homens inferiores. Superioridade? Carregamos impurezas demais no corpo e na alma para tal. Gostamos de representar – atores da vida real - quando o melhor é sermos naturais. Ainda há pessoas do povo que são exploradas, no seu ofício, pelos “superiores” sociais.

O perfume das essências mascara o cheiro natural. A maquiagem mascara as falhas do rosto. A tintura, os cabelos da idade maior. O dinheiro, a pobreza de espírito. As roupas caras, a feiura do coração. O conhecimento, a idiotia comum dos inteligentes e dos ignorantes. A vaidade tenta inutilmente superar as falhas inglórias da natureza humana: os maus costumes do corpo e a indignidade da alma. Todos nós temos muito mais do medíocre que do gênio. O mais simples dos homens foi Jesus, porque era tudo de bom e nunca se vangloriou disso. A tônica da sua vida, entre os homens, foi o amor. Fez-se assim para ganhar a todos. É um ícone universal, admirado por bilhões de pessoas. Ninguém resiste ao amor.

Alberto Magalhães