segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As escalas de poder


Ou a reprodução do autoritarismo

Desde o início da civilização humana os que estão fora do poder político ou econômico sempre se opõem aos que compõem o sistema de mando e de subjugação do próximo, pelos abusos cometidos.

A história já registrou muitas guerras, bem como levantes, revoluções, combates físicos grupais ou pessoais motivados pela insatisfação de se submeter ao comando – ou às diretrizes, de outrem.

No entanto já paramos para observar quantos redutos de poder existem ao nosso redor, divididos em escalas diversas? Nos lares, nas escolas, nas empresas, nas instituições, nas repartições públicas, nos relacionamentos interpessoais? Antes de entrarmos nessa seara, voltemos ao exemplo elementar do sistema celeste: os astros da via láctea gravitam em torno do sol, governados pelo astro rei. No átomo existe o núcleo que reúne as cargas elétricas que o compõe. Todo sistema tem o seu centro de convergência, sem o qual o desequilíbrio levaria a um colapso e à sua autodestruição.

Nas sociedades animal e humana há os sistemas de hierarquia, os núcleos de comando. Na sociedade animal as divergências são resolvidas no campo do embate físico, na luta por território e pelas fêmeas do grupo. Na sociedade humana há sempre os conflitos de interesses. Os embates são nos campos jurídico, político, profissional e por vezes no bélico.

No nosso país estamos sempre assistindo a episódios de abuso no exercício do poder, de injustiças contra os cidadãos brasileiros praticados por quem deve efetivamente estabelecer os princípios do verdadeiro Estado democrático de direito. O centro da questão é que as pessoas quase sempre se aproveitam da oportunidade do exercício do poder para oprimir, perseguir, manipular ou explorar as outras pessoas por interesse pessoal, corporativo ou do próprio sistema que o opressor integra.

O que é desconcertante é perceber que as pessoas reproduzem o comportamento histórico dos que governam com autoritarismo, em todas as escalas de poder: na direção da entidade associativa, na Instituição pública, nas corporações policiais e militares, nas repartições públicas, nas empresas, no lar... E ainda não aceitam a discordância de quem não quer ser manipulado, injustiçado. O que é pior ainda é que os opressores nas suas tendências maquiavélicas e intolerantes contam com alguns dos próprios parceiros dos oprimidos nas suas medidas de retaliações contra os que não se alinham às suas ações impróprias e arbitrárias.

A democracia é o mais alto estágio das civilizações, é um regime que foi pensado e implantado na maioria dos países porque beneficia a todos, sem exceção. Ele já está aprimorado, consolidado e não mais se aceita retrocessos para beneficiar aos que estão no topo de algum dos seus seguimentos, seja no governamental, político, institucional, religioso, etc.

Alberto Magalhães
Imagem: autoria não identificada/Fonte: internet

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