Vivemos num bom tempo. Hoje tudo é mais fácil. No entanto tudo é efêmero, corrido, descartável. Não é por culpa da internet, ao contrário, ela é um produto do homem moderno: múltiplo, insatisfeito, superficial. Não mais se busca, como antigamente, o herói mitológico, ideal, paradigmático. Morreram Martin Luther King, Ghandi, Tiradentes.... mas agora não só fisicamente, morreram definitivamente. Nessa geração Coca-Cola, aficionada pela mídia que canaliza o estrelato para qualquer um – nos realitys shows da vida -, pela TV, pela personificação – às vezes fascista -, nos twiter, blogs, sites, colunas sociais. Hoje se anula – inconscientemente ou convenientemente -, os grandes nomes de outrora. Para que cultuarmos exemplos de um só homem para intermináveis gerações, se o supérfluo nos domina e o efêmero nos fascina? Eles agora morreram ideologicamente, que é o último reduto da existência de um defunto: o imaginário popular. As elites nos ensinam a amar só o dinheiro, a vanglória e o poder; na verdade, a superioridade vã que esses atributos trazem. Mesmo que tão ilusória e passageira. Todo homem é dúvidas, fragilidade, carne e finitude sempre deprimente. Oh! Glória vazia! Não existe mais a honra, diria o pensador. Ela tornou-se algo ridículo, desnecessário. A palavra empenhada– outrora digna, hoje é ferramenta de embuste e de trapaça, tornada, aos ouvintes, produto sem o mínimo valor.
O pensamento é hoje utopia dos idealistas. O pensador, o escritor, o poeta são seres a caminho da extinção, como a fauna e a flora. Vivemos noutros tempos. As músicas e brincadeiras de roda foram substituídos pela TV, games e passatempos virtuais no PC. A literatura e a poesia, pelas imagens sensuais de fotos e vídeos. A profundidade, pelo superficial e imediato. A mulher deixou de ser apenas namorada, profissional, esposa e mãe para ser modelo corporal - produto da cultura sensual -, permanentemente. A única via possível para a mulher se realizar é a beleza física? A lua e a noite estrelada, o amor eterno, o casamento deu lugar aos relacionamentos curtos, de temporada, em busca de vantagem material ou de satisfação da libido. Os filhos que antes eram os frutos do amor, hoje são a sobra do sexo.
As cidades alimentam a proliferação das drogas destruidoras da juventude, a criminalidade crescente, a corrupção incontrolável. Sacrificou-se o respeito ao semelhante pelo materialismo, pela ambição desmedida. O altruísmo da fé, pelo negócio da fé. Os novos, querendo fazer de seus pais marionetes das suas vontades e, cedo, se ofertando às vontades libidinosas dos outros jovens e dos adultos.
Vivemos o tempo do sucesso social ou do fracasso, não mais do aprendizado humano, nada mais conta. É o tempo do vale tudo, da indecência, da vantagem. As ideologias sucumbiram ante o capital, o individualismo e a unanimidade pragmática burra. Não temos mais líderes respeitados em nenhum segmento. Estamos perdendo a nossa identidade, o nosso desenho pessoal porque perdemos o senso da verdadeira dignidade e dever social.
A espiritualidade, a filosofia, a literatura, as artes, a música estão definhando, pálidas e distantes do coração.
Alberto Magalhães
Perfeito seu texto Alberto Magalhães, neste tempo em que vivemos os jovens passam por um processo de aculturação, de vazio interior, se deixam levar por futilidades e não possuem senso crítico!
ResponderExcluirmeu blooger é www.artdevender.com coloquei este nome pois sou estudante de Marketing e Vendas na unisulvirtual.com e microempresário do setor de Farmacia.
Eu quero ter uma casa no campo para fugir de tudo isso...
ResponderExcluirAbraço.