Uma sombra estava bem próxima, ao meu redor. Discreta, sutil, quase imperceptível. Ela não me apaziguava, nem me transtornava. A não ser em momentos de convulsão emocional. Nesse momento me sublevava. Ela não me guiava, mas sempre me acompanhava por mais que eu não quisesse e a desprezasse.
Na paz, na espiritualidade ela sumia. Na vida mundana ela sempre aparecia. Ela não procurava me aniquilar, mas me subverter, manipular e dominar o que afinal é a mesma coisa. Eu a ingeria alma a dentro na cerveja gelada, na fumaça morna, no sexo profano, na futilidade mental, na mágoa adormecida, na maldade perpetrada.
Na paz, na espiritualidade ela sumia. Na vida mundana ela sempre aparecia. Ela não procurava me aniquilar, mas me subverter, manipular e dominar o que afinal é a mesma coisa. Eu a ingeria alma a dentro na cerveja gelada, na fumaça morna, no sexo profano, na futilidade mental, na mágoa adormecida, na maldade perpetrada.
As sombras se conhecem e se comunicam, mas não conhecem os humildes de espírito. Não os incomoda. Antes, são por eles anuladas. Essas sombras estão por ai a gozar privilégios e espaços cada vez maiores no mundo materialista, individualista, egoísta, egocêntrico.
Sombras que minam o amor verdadeiro, construtor, redentor, pacifista. As sombras riem dos homens, das suas vulnerabilidades, das suas aspirações, das suas tragédias, das suas dores e da sua infelicidade. E nos enchemos de sombras atraentes, ofuscando o sol primitivo dos nossos corações.
Alberto Magalhães
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