A vida, esse fardo que temos que levar sem que o tenhamos
encomendado. Uma enigmática dádiva e um difícil caminho é esse sopro que se
chama vida. Para onde nos levará? Para a evolução ou para o caos? Devemos ser
mais que um instrumento de realização pessoal, contribuindo para a interação
interpessoal e a evolução social. A humanidade reside em todos nós. A vida nos
fez ser alguém, façamos dela algo significativo para o mundo. Não somos fungo
ou bactéria para deteriorarmos o ambiente em que vivemos.
Às vezes somos tão previsíveis na mesquinharia dos
sentimentos, nos gostos, nas vontades, nas opiniões, na idolatria (das coisas e
pessoas banais), nas caras e bocas. No entanto tantos de nós nos achamos tão
especiais. Sem imaginarmos o tanto que somos parecidos. Sucumbimos ante o apelo
de tribos e grupos seletos fazendo-nos em “sociedade perfeita”. Fazemos da
acepção de pessoas um selo de qualidade e superioridade abolindo a “natureza
imperfeita” de outros, como Hitler na teoria da “supremacia da raça ariana” extirpando
os homens inferiores. Superioridade? Carregamos impurezas demais no corpo e na
alma para tal. Gostamos de representar – atores da vida real - quando o melhor
é sermos naturais. Ainda há pessoas do povo que são exploradas, no seu ofício,
pelos “superiores” sociais.
O perfume das essências mascara o cheiro natural. A maquiagem
mascara as falhas do rosto. A tintura, os cabelos da idade maior. O dinheiro, a
pobreza de espírito. As roupas caras, a feiura do coração. O conhecimento, a
idiotia comum dos inteligentes e dos ignorantes. A vaidade tenta inutilmente superar
as falhas inglórias da natureza humana: os maus costumes do corpo e a
indignidade da alma. Todos nós temos muito mais do medíocre que do gênio. O
mais simples dos homens foi Jesus, porque era tudo de bom e nunca se vangloriou
disso. A tônica da sua vida, entre os homens, foi o amor. Fez-se assim para
ganhar a todos. É um ícone universal, admirado por bilhões de pessoas. Ninguém resiste
ao amor.
Alberto Magalhães
Alberto Magalhães
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