O amor é um sentimento pleno, não só uma emoção
circunstancial existente em momentos especiais. O amor é o se esvaziar de si e
encher-se do outro. É encher o outro de
cuidados e ensinamentos práticos do ser melhor a cada dia. E esvaziá-lo da
carência de ser querido, dizendo, sem as palavras: você é importante aqui
dentro de mim. O amor pleno renuncia ao
egoísmo, nega-se ao individualismo, joga fora as dúvidas. O amor não tem
pressa. Amar é o se dar sem o interesse imediato de retorno. É doar um amor
digno, decente, virtuoso para que quando ele fizer eco no outro ser volte da
mesma forma: inteiro, transparente, superior.
O amor tem ternura nos olhos, carinho na voz, amparo nos
gestos e compreensão nas falhas. O amor é água para o sedento, pão para o
faminto, agasalho para o corpo frio, consolo para o desalentado, resposta para
o coração humano. A fé traz o amor, a esperança o fortalece, a doação o faz
soberano. Na casa do desamor o pão não tem bom sabor, a lareira não dá o calor
adequado, o vinho não alegra. A vida é insípida. No final do tempo o sábio
inquirirá: diga-me o quanto você amou e te direi o quanto você viveu. O
porteiro da eternidade olhará para a tua luz que você não vê e olhará a sua cor
para saber com os quais você irá habitar. O amor é translúcido na cor, tem um
brilho próprio de ser.
O QUE É A FELICIDADE
Você não me faz feliz. A felicidade verdadeira resulta do encontro espiritual da criatura com o Criador. Dizem que o sol ilumina as estrelas, você ilumina os meus olhos; que o sol aquece a terra, você aquece o meu coração. O meu sorriso mais verdadeiro é você quem traz. Também minhas melhores lembranças, meus gestos mais ternos, meus sonhos mais românticos, os momentos de entrega total, a meiguice que eu não sabia que existia em mim. Nas minhas alegrias mais profundas você esteve presente. Você coloriu dias sombrios, noites insones, instantes cinzentos... Fui seu como jamais fui ou serei de ninguém.
Você não me faz feliz. A felicidade verdadeira resulta do encontro espiritual da criatura com o Criador. Dizem que o sol ilumina as estrelas, você ilumina os meus olhos; que o sol aquece a terra, você aquece o meu coração. O meu sorriso mais verdadeiro é você quem traz. Também minhas melhores lembranças, meus gestos mais ternos, meus sonhos mais românticos, os momentos de entrega total, a meiguice que eu não sabia que existia em mim. Nas minhas alegrias mais profundas você esteve presente. Você coloriu dias sombrios, noites insones, instantes cinzentos... Fui seu como jamais fui ou serei de ninguém.
Você teve um corpo e uma alma dormindo em seus braços,
viajando no seu rosto – a cada acordar, se derramando no seu interior quente, desmaiando
no seu peito, a dormir sonhando. Fiz o seu mundo meu e acordei sonhos antigos
de ser feliz. Busquei construir um castelo ao seu redor, convidando anjos para
lhe sustentarem nas mãos. Sofri a cada lágrima que descia da sua face, exultei
a cada sorriso seu, vibrei com cada vitória conquistada, também fiz meus os
seus momentos de solidão existencial, compartilhei suas dores. Percebo, agora,
que nunca soube falar apenas sentir. Não lhe disse tantas coisas, imaginando
que soubesses.
Portanto, não me julgue mal por não conseguir ser o que você
esperava que eu fosse, se não posso lhe fazer feliz. Eu, também, senti vazios.
Por vezes, me senti só. Embora tentei dar o melhor de mim e você foi o melhor
que conseguiu ser nós não temos o poder de fazer alguém feliz. Eu escolhi amar
você, o meu amor é meu. Já a felicidade não está retida no meu coração, eu não
sou a sua fonte. Talvez ela escolha os corações menos exigentes para fazer
morada.
Alberto Magalhães