domingo, 3 de junho de 2012

A mulher seletiva

A mulher, sem saber, apaixona-se por um homem só para depois conhecer a sua mais prodigiosa vocação e paixão: ser mãe. Gerando assim um prazer inato, completo, permanente que não depende do outro para existir. Só dela mesma. A mulher tem na maternidade seu ponto humano culminante, a excelência de suas funções que são tantas e especiais. Na colonização do Brasil a mulher não procriou com os índios e com os negros considerados, na época, como sub-raça, inferiores aos brancos. A mulher agia assim numa atitude de seleção fisiológica, cultural, social, etc. Também, pragmaticamente, as mães procuram as condições de segurança econômico social para o seu filho. No entanto os homens se relacionaram sexualmente com as índias e com as negras e geraram muitos filhos, num processo antropológico de se auto afirmar e de se perpetuar.

É interessante descobrir que mesmo a mulher que pratica a infidelidade contra aquele homem escolhido para gerar a sua prole repudia conceber do outro, e isso não se dá só por questões familiares e culturais. No caso da geração de filho com outro homem, quando não acontece casualmente, há nessa relação a intenção de substituição do parceiro anterior por outro considerado superior nos aspectos insertos nos valores dessa mulher ou de igual capacidade, encerrando-se uma convivência já minada por elementos contrários e começando uma nova.

A mulher, inconscientemente, procura no corpo do homem a oportunidade de reprodução e prazer, nessa ordem. O instinto de reprodução é muito mais forte na mulher em virtude de ser ela quem procria: gera e concebe. Ela antropologicamente vislumbra no parceiro escolhido o potencial de qualidades - inerentes aos seus peculiares instintos maternos -, para o seu rebento.

Os homens, ao contrário da mulher, não têm na reprodução da espécie o instinto/intuição da qualidade da prole, na sua fisiologia ou na sua aparência. O homem, historicamente, se interessa mais pela quantidade da prole e na autossatisfação sexual imbuída no ato de reprodução.

A maternidade, o instinto reprodutor é uma força natural descomunal num ser fisicamente frágil, concebendo ininterruptamente para fazer toda a humanidade existir. A mulher protege o corpo do seu filho à custa da sua própria vida. Porque agora – depois de conceber -, a sua vida já não lhe pertence. Na prática torna-se o inverso: a quem ela deu a vida, entrega a sua.

Àquelas a quem não foi dado o privilégio de fecundar e gerar vida, Deus consola no mistério dos seus desígnios.

Autor: Alberto Magalhães

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